6 de julho de 2015

Aluna da UFRB é vítima de racismo pela segunda vez

Depois de ser vítima de preconceito quando estava na Itália em 2014, a estudante do curso de medicina na UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) em Santo Antônio de Jesus (BA), Débora Reis da Cruz, 29 anos, novamente foi vítima de racismo. Na tarde de sexta-feira, Débora estava na fila do correspondente bancário do Bradesco em uma loja em Santo Antonio de Jesus, quando uma senhora que estava ao seu lado iniciou um diálogo.

-Você estuda história?
-Eu não, faço medicina.
-Uma parente minha também faz medicina, mas ela tem cabelos lisos, olhos claros e é bem branquinha.
-O porquê da pergunta? Não pareço fazer medicina por não ter cabelos lisos?
-Não, é porque geralmente quem faz esses cursos se vestem de outra forma. Éeeeee, hoje até filho de faxineiro pode estudar.
Débora respondeu: “Em minha sala vão se formar muitas negras e tenho orgulho de ser uma delas”.
O repórter da Rádio Clube, Hélio Alves que entrevistou Débora direto da Itália em junho de 2014 quando a mesma foi vítima de um ato de racismo na internet, perguntou a estudante, como foi para ela ser vítima de racismo pela segunda vez. A jovem informou que passou o resto do dia triste e pensativa fazendo vários questionamentos. “Engraçado e triste, mas ao ouvir a declaração de que seres humanos por serem negros não têm cara de médico, doeu e eu chorei. Não chorei porque sou negra de cor, mas chorei porque apesar de “moreninha clara, branca, parda” (negra), sou de origem humilde, de “cabelo duro”, sou à margem dessa sociedade… fico realmente entristecida e tocada com tais asneiras dessa senhora, que apesar de sua formação, o máximo que alcança é o atestado de burrice com ênfase a xenofobia e discriminação racial. Porém, fico feliz, pois existe uma parcela de outros médicos e grande parcela da população brasileira que se indignaram com mais esse ato de racismo que sofri, ano passado lá fora na Itália durante o meu curso ‘Programa Ciência Sem Fronteiras’ e desta vez em minha cidade. Enfim, o que sinto agora é nojo e indignação.
Blog do Valente

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