23 de dezembro de 2017

Doméstica em condições de escravidão é resgatada após 40 anos sem salário, folga ou férias em Elísio Medrado

Uma mulher que desempenhava atividades domésticas em condições análogas às de escravidão foi resgatada nesta quinta-feira da casa onde trabalhava, na cidade de Elísio Medrado, após passar 40 anos sem receber salário, ter folgas ou férias, uma força tarefa composta por auditores fiscais do trabalho, Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal foi responsável pelo resgate.

As informações que foram divulgadas pela Superintendência Regional do Trabalho na Bahia nesta sexta-feira, conforme a SRT, como pagamento por realizar as atividades do dia-a-dia da casa, tais como lavar pratos, roupas e limpar a casa, a mulher recebia apenas comida, roupas e remédios, a trabalhadora vivia no imóvel onde trabalhava e só deixava o local para resolver questões da suposta patroa, sem ter vida social ou contato com a família, além disso, segundo a secretaria, a trabalhadora era também submetida a coação moral, psicológica e por vezes até física, de acordo com o procurador do trabalho, que participou da ação, a trabalhadora era feita acreditar que era um dever a permanência no trabalho, de acordo com o SRT, após a ação, os auditores do trabalho emitiram guia de seguro desemprego especial do trabalhador resgatado para a trabalhadora, além disso, também serão lavrados os autos de infração cabíveis frente às irregularidades apuradas, a SRT informou ainda que o Ministério Público do Trabalho analisará a viabilidade de firmar Termo de Ajustamento de Conduta ou ajuizamento ação civil pública em busca da reparação indenizatória pelos danos causados, os relatórios de fiscalização também serão encaminhados à Polícia Federal, que vai investigar o crime de redução de trabalhadores a condições análogas às de escravo, previsto no Código Penal.
Voz da Bahia

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