Os dias
de transtorno para os usuários do Sistema Ferryboat, com filas de até 6h e
momentos em que nenhuma das sete embarcações estavam disponíveis para fazer a
travessia, fizeram com que alguns usuários deixassem de utilizar o serviço e
descobrissem que a estrada pode ser mais econômica do que a viagem por mar. O
dentista Rubem Araújo, 55 anos, é um exemplo. Para ele, a economia de tempo e o
menor estresse durante o deslocamento foram justamente os fatores que o levaram
a realizar por terra suas viagens para Nazaré, município localizado há cerca de
250 km de Salvador.
"Pegava o
ferry de horário marcado, mas tinha o tempo de deslocamento da minha casa [em
Lauro de Freitas] e o gasto com estacionamento também para ir comprar uma
passagem", diz o dentista, que comparou os gastos que tem quando utiliza o
transporte marítimo e vai pela estrada até Nazaré. Desde o início da
intervenção da Agerba no sistema ferryboat, em setembro de 2012, a venda de
passagens por hora marcada foi suspensa.
Segundo ele,
seu veículo, um modelo pick-up, faz 10 km/l de gasolina e gasta R$ 70 para
realizar os 250 km que separam as duas cidades. Ele conta que abastecia o carro
com gasolina a R$ 2,75, em um posto no distrito de Humildes, localizado a cerca
de 110 Km de Salvador. Utilizando o ferryboat, Rubem paga R$ 42,40 na tarifa do
veículo e mais R$ 7,90 pelos dois passageiros que vão com ele. Além disso, a
distância entre o Terminal de Bom Despacho (em Itaparica) e Nazaré é de 90 km.
No total, o dentista afirma que desembolsa cerca de R$ 80 para atravessar pelo
mar, sem contar a distância da sua casa até o Terminal de São Joaquim, cerca de
35 km.
O tempo
de deslocamento também foi um item utilizado como comparação por Rubem. Sem
levar em consideração as filas que chegaram a ser de 6h nas festas de final de
ano, o dentista diz que gasta cerca de 3h indo por terra e 2h45min utilizando o
ferry junto com os 80 km entre Bom Despacho e Nazaré. "A estrada é boa,
por isso prefiro ir por fora. Não tenho transtornos. Só cansa um pouco, mas gosto
de dirigir", afirma.
O economista
Luiz Mario Vieira calculou as despesas e o tempo em outros deslocamentos que
podem ser realizados através do Sistema Ferry Boat ou pela estrada. A ida ao
município de Santo Antonio de Jesus em um carro popular, com consumo de 12
km/l, é mais barata pela estrada do que pelo mar, segundo os cálculos. A
diferença é de R$ 8,96, considerando o preço da gasolina a R$ 2,98 e a
travessia sendo realizada em dias úteis, quando a tarifa é de R$ 33,30 para os
carros pequenos. O tempo da viagem é praticamente o mesmo nas duas modalidades
de transporte, considerando a espera de até uma hora no terminal marítimo.
As viagens
para cidades como Itacaré, Camamu, Valença e Maraú ficaram cerca de R$ 10 mais
caras indo pela estrada, de acordo com os cálculos de Luiz. No entanto, se o
carro tiver mais do que três pessoas, as despesas ficam equivalentes, já que
cada passageiro paga R$ 3,95 pelo bilhete no Ferry Boat. Quanto à duração da
viagem, a escolha pela estrada pode acrescentar em até uma hora o tempo de
deslocamento.
Por outro
lado, quanto mais próximo for o destino do Terminal de Bom Despacho, mais
desvantajoso é ir pela estrada. O viajante que optar ir de carro para Itaparica
gastará cerca de R$ 30 a mais do que se for pelo ferry, em uma viagem de
aproximadamente 2h30. Através do sistema marítimo, o tempo de viagem é de pouco
mais de 1h20, sem contar o tempo de espera para o embarque
Fonte/foto: A Tarde
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