24 de agosto de 2011

A corrupção policial também é uma consequência

Por Odemar Lúcio

Sabe-se que, quando uma pessoa tem tendências a desempenhar-se de forma criminosa, esta não precisará de influências para atuar nessa direção, contudo, estas mesmas influências, infelizmente podem vir a desviar pessoas, ainda que essas não estejam tendidas a essa situação.

A corrupção policial, além de achar-se amparada em vários pilares, acomoda-se consequentemente na má formação desses profissionais, más condições de trabalho e claro, a recorrente questão salarial que não satisfaz as necessidades do contratado e de sua família, não promove a auto-realização, não garante a estruturação do futuro e deixa a real sensação de que o risco não é compensado. Não estou aqui justificando a corrupção policial – pelo contrário, a abomino – mas sim, explicando-a de forma fundamentada, visto a tentativa do corrompido em complementar sua renda, compensar as faltas que o Estado lhe expõe, ou até, quem sabe, diante do fato da desmoralização provocada ao policial quando este tem sua autoridade desvalidada por influência política ou de qualquer ordem, portanto, por mais que isso nos pareça estranho, percebe-se que este tipo de corrupção é uma das consequências de um sistema caótico e debilitado.
De fato, a questão salarial é uma vergonha! O salário de um policial, em comparação ao de um deputado, desembargador, senador, se torna uma piada. Seria uma troca interessante e efetiva, a diminuição do absurdo e pouco fecundo números de cadeiras legislativas municipais e estaduais, enxugando também o Congresso e os Ministérios, gerando naturalmente um montante de milhões mensais que poderiam ser convertidos em polícia qualificada e melhor remunerada. Sonhar não custa nada!

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