13 de janeiro de 2013

Salvador: Baianas de acarajé ficam em primeiro lugar em pesquisa de qualidade de atendimento


Na Avenida Sete, quem precisa ir às agências bancárias em busca de algum serviço já se prepara para as longas filas. É mau humor certo. No caminho, porém, tem uma grande possibilidade de dar de cara com o sorriso de Neinha. “Pra mim, ela é a melhor baiana de acarajé de Salvador”, sentencia a administradora Avanir Dantas, que há dez anos frequenta a barraca.

A qualidade do atendimento das baianas da cidade e dos bancos foi medida pelo Instituto Futura, em parceria com o CORREIO. Elas ficaram em primeiro lugar. Eles, em último. De acordo com o levantamento, sete em cada dez soteropolitanos avaliam o atendimento das baianas como bom ou ótimo.
Com 73,8%, elas são seguidas dos garçons (54,3%), taxistas (48,6%), cobradores de ônibus (36,7%), policiais (30,9%) e servidores públicos (29,4%) (veja tabela). Por último, estão os bancos. Apenas 26,4% dos entrevistados acham que as instituições atendem pelo menos bem. Três em cada dez pessoas que responderam à pesquisa consideraram ruim ou péssimo o serviço prestado. No total, 401 pessoas foram entrevistadas.
Há 22 anos, a freira Maria do Rosário Siqueira já havia descoberto a simpatia que levou as baianas ao primeiro lugar no atendimento. Em 1991, ela foi pela primeira vez à barraca de Neinha e, desde então, sempre que passa pela Avenida Sete não dispensa o quitute da baiana. “Deixei o pão de queijo pelo acarajé. Esse canto aqui não dá pra esquecer”, brinca a freira. Neinha revela o segredo: “É o sorriso e o bom atendimento”. Na pesquisa, apenas 7,2% dos entrevistados se disseram insatisfeitos com o serviço das baianas.
Já a médica Fernanda Galiano, 31 anos, prefere o acarajé de Regina, no Rio Vermelho. Ela, que mora no Rio de Janeiro, veio a Salvador para visitar a mãe, Dirlene Galiano, 71 anos, e já foi para a banca de Regina relembrar o sabor da iguaria baiana. “O atendimento é excelente e o acarajé é melhor ainda”, contou Dirlene. Opiniões à parte, mãe e filha concordam que as baianas de acarajé são as mais simpáticas dentre os profissionais de Salvador.
“Isso mostra que a gente está fazendo um bom trabalho”, opina a presidente da Associação das Baianas, Rita Santos, 53 anos. “A baiana, por natureza, já atende bem. A gente só complementa, dando cursos de qualificação. Colocamos elas na sala de aula”, garante Rita, que reclama do poder público. “Não podemos contar com o poder público. A prefeitura não faz muito e o governo do estado só quer fazer curso de inglês”, afirma.
A superintendente de Serviços Turísticos e coordenadora do Programa de Qualificação da Secretaria de Turismo da Bahia, Cássia Magalhães, confirma o curso de línguas, mas não só para as baianas. “Sentimos a necessidade de capacitar também taxistas e ambulantes. Serão promovidos cursos de inglês e espanhol no primeiro semestre”.
Fonte: Ibahia

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