19 de setembro de 2013

Grávida percorre quatro hospitais e perde bebê

Uma denúncia grave chegou a Andaiá FM durante o Programa Levante a Voz nesta quarta-feira (18). Ao fim do oitavo mês de gestação, Tamires da Silva Sampaio, de 21 anos, perdeu sua primeira filha após percorrer quatro hospitais no Recôncavo baiano. Por volta das 23h da última segunda-feira (16), com a bolsa rompida, ela procurou o Hospital Maternidade Luís Argolo, em Santo Antônio de Jesus (a 185 km de Salvador), e o Hospital Municipal de Muritiba, mas não foi atendida por falta de médico. Depois procurou o Hospital Nossa Senhora do Bonsucesso, em Cruz das Almas, onde foi informada que não tinha vaga. "Um funcionário disse que o hospital de Santo Antônio manda gestante para lá todo dia. Só nesta semana foram nove e todas sem relatório médico", lamentou Rodrigo da Silva, irmão de Tamires.
Por volta das 2h da madrugada, sentindo fortes dores e perdendo líquido, a jovem foi levada pela família para a Santa Casa de Misericórdia, em São Félix. "Fizeram a ficha dela e o médico atendeu, mas mandou ir para outro hospital porque ela é diabética e a gravidez era de risco e lá não teria suporte", contou o tio do bebê.
O irmão de Tamires relatou ainda que a orientação do médico em São Félix era seguir para Feira de Santana, mas a família resolveu voltar para Santo Antônio de Jesus. "Quando a gente chegou no Luís Argolo já era quase 4h da manhã e disseram que o médico só chegava ás 7h. Então fomos para casa", salientou Rodrigo da Silva.
Na terça-feira (17) por volta das 6h30 Tamires voltou ao Hospital Maternidade Luís Argolo, onde entrou em trabalho de parto ás 7h24. O irmão de Tamires afirmou que a jovem não suportava mais as dores, quando voltaram ao Hospital Maternidade Luís Argolo. "Ela foi atendida quase ás 7h20 da manhã de terça-feira quando o médico Francisco Freire chegou e fez logo o parto da minha irmã, mas o bebê já estava morto. Ele disse que minha irmã poderia ter morrido. Ele fez de tudo para ela ficar bem", contou o jovem. O irmão de Tamires elogiou o atendimento dado a irmã pelo médico Francisco Freire, que conversou com a família sobre o estado dela, que permanece internada na UTI do Luís Argolo.
O médico Francisco Freire relatou que não pode afirmar que o bebê morreu por falta de atendimento à gestante. "Não posso afirmar isso. Quando fiz os exames eu disse a ela que já estava morto porque estava despelando e parece que há mais de 24h. Eu fiz o que pude, fiz minha parte", avaliou o médico.
Fonte: Cristina Pita/Blog do Valente

1 comentários:

  1. Isso é um absurdo! É pra isso que colocamos os governantes no poder?
    Infelizmente isso é Bahia/Brasil!!

    ResponderExcluir